ARMANDO GOULART WUCHERER
( 1896 – 1956 )
Nasceu a 3 de agosto de 1896 e faleceu, na mesma cidade, em 11 de julho de 1956, após a amputação de uma perna. Era filho de Alfredo Wucherer e de dona Honorina Wucherer.
Fez o curso primário no “Colégio Dias Cabral”, concluindo o ginasial no Liceu Alagoano e bacharelando-se em Direito na Faculdade do Recife. Era professor de Direito Penal na Faculdade de Alagoas.
Publicou “Canção do Tédio”, “Musa Tropical” e “Canto de Meu Destino”
Pertencia à Academia Alagoana de Letras.
AVELAR, Romeu de. Coletânea de poetas alagoanos. Rio de Janeiro: Edições Minerva, 1959. 286 p. ilus. 15,5x23 cm. Exemplar encadernado. Bibl. Antonio Miranda
P O E T A S
Porque os poetas são assim tão tristes,
Dentro do resplendor da natureza?
É que se julgam antes infelizes,
Sempre, sempre enganados com certeza...
Há, em seus corações, fundas raízes
De onde rebenta, em brotos, a tristeza
Disfarçada em mil formas e matizes,
Em que a alma vive eternamente presa...
Desgraçados, românticos, bisonhos,
Armam lindos castelos nas areias,
Sonham, desperto, delicados sonhos...
Os amores que têm, rondam dispersos...
E morrem todos, as pupilas cheias
De paisagens, de seios e de versos...
ASPIRAÇÃO
Chego, afinal, ao cimo da montanha,
Os pés feridos... mãos dilaceradas,
Porque o destino, em sua rude sanha,
Fustigou-me... Feriu-me... nas estradas.
A luz do sol os meus cabelos banha:
—Beijo de fogo ao termo das jornadas—
Sou como um viajor em terra estranha,
Na esperança de novas alvoradas...
Desprezo a vida que passou, incerta,
E me abateu da forma mais selvagem,
E, ferozmente, os pulsos me aperta.
Quero ter sempre na minha alma sã,
Uns restos de esperança e de coragem,
E a doçura dos sinos da manhã.
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Página publicada em junho de 2021
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